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Thursday, October 05, 2006


Demografia
A população do Brasil é muito diversa, tendo participado de sua formação diversos povos e etnias.

A base do povo brasileiro é o elemento português, que colonizou o país após 1500. Até a independência, em 1822, Portugal foi a única nação européia que se estabeleceu com sucesso no Brasil, e grande parte da cultura brasileira tem sua raiz naquela de Portugal. Neerlandeses (ver Invasões holandesas do Brasil) e franceses (ver França Antártica) também tentaram colonizar o Brasil no século XVII, mas sua presença durou apenas algumas décadas.



Mulheres do Norte brasileiroA população indígena original do Brasil (entre 3-5 milhões) foi em grande parte exterminada ou assimilada pela população portuguesa. Desde o início da colonização, a mistura entre portugueses e nativos foi comum.

O Brasil tem uma grande população negra, descendente dos escravos africanos trazidos para o país do século XVI ao século XIX. Mais de 3 milhões de africanos foram levados para o Brasil até o fim do tráfico de escravos, em 1850. Eram principalmente da Angola, Nigéria, Benin, Togo, Gana, Costa do Marfim e São Tomé e Príncipe. A população africana no Brasil se misturou em larga escala com os portugueses, criando uma grande população mestiça no país.


Membros do OlodumNo século XIX, o governo brasileiro estimulou a imigração de europeus para substituir a mão-de-obra escrava. Os primeiros imigrantes não-lusos a se estabelecerem no Brasil foram os suíços, em 1819. Em 1869, o primeiro grupo de imigrantes poloneses chegou ao Brasil. Entretanto, a imigração em massa de europeus para o Brasil só começou após 1875, quando a imigração vinda da Itália, Portugal e Espanha cresceu. De acordo com o Memorial do Imigrante, entre 1870 e 1953, entraram no Brasil cerca de 5,5 milhões de imigrantes, sendo os italianos (1.550.000), portugueses (1.470.000), espanhóis (650.000), alemães (210.000), japoneses (190.000), poloneses (120.000) e 650.000 de diversas outras nacionalidades. O Brasil tem a maior população de origem italiana fora da Itália, com 25 milhões de descendentes de italianos. Esses imigrantes estabeleceram-se sobretudo nos estados do Sul e Sudeste.


Os descendentes de alemães formam grande parte da população do Sul do BrasilComeçando no início do século XX, o Brasil também recebeu um grande número de imigrantes japoneses, que foram principalmente para São Paulo. Constituem hoje a maior população de origem asiática do país. Os japoneses e descendentes residentes no Brasil (1,5 milhão) são a maior população japonesa fora do Japão. Também ocorreu uma significante imigração vinda do Oriente Médio (Líbano e Síria)

A população brasileira está concentrada sobretudo no litoral, com uma menor densidade demográfica no interior.


Raças e etnias
De acordo com o censo de 2000 realizado pelo IBGE, o povo brasileiro se auto-classificou como: brancos (53,7%), pardos (38,5%), negros (6,2%), amarelos (0,5%), indígenas (0,4%) e não-especificados (0,7%). A classificação racial no Brasil é baseada sobretudo na cor da pele e na aparência física, e não na ancestralidade. Um recente estudo genético realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais[2], revela que a maioria dos brasileiros possuem uma combinação de ancestralidade indígena (principalmente tupi e guarani, entre outros), Européia (principalmente portugueses, italianos, espanhóis e alemães) e africana (principalmente Bantu e Iorubá), com uma minoria de ascendência asiática (principalmente japoneses) e árabe (libaneses e sírios).

De acordo com a Constituição brasileira de 1988, racismo é um crime inafiançável e é punido com prisão.
brasileira reflete os vários povos que constituem a demografia do país: indígenas, europeus, africanos, asiáticos, árabes etc. Como resultado da intensa miscigenação de povos, surgiu uma realidade cultural peculiar, que sintetiza as várias culturas que formaram o país. Embora seja um país lusófono e tenha herdado a cultura dos colonizadores portugueses, a realidade nas várias regiões do Brasil reflete a imensa diversidade étnica-cultural do país. No nordeste, nomeadamente na Bahia e no Maranhão, são comuns as festas, os ritos e os ritmos da tradição africana; no norte do País, o folclore e a culinária indígenas; no sul, as tradições européias, das quais merecem destaque a alemã e a italiana, havendo, mesmo, algumas delas que, tendo já desaparecido em seus países de origem, só subsistem no Brasil

Televisão
Pesquisa de audiência feita pelo IBOPE

Globo: 49,9%
SBT: 20,0%
Record: 15,5%
Bandeirantes: 6,9%
Rede TV: 3,4%

Migrações
Migrações internacionais recentes no Brasil
Migrações internas no Brasil
Idiomas

NatalO português é a língua oficial e falada por toda a população. O Brasil é o único país de língua portuguesa das Américas, dando-lhe uma distinta identidade cultural em relação aos outros países do continente.

O português é o único idioma falado e escrito oficial do Brasil, com algumas variações na linguagem coloquial de acordo com a região. É a língua usada nas instituições de ensino, nos meios de comunicação e nos negócios.
O idioma falado no Brasil é em parte diferente daquele falado em Portugal e nos outros países lusófonos. O Português do Brasil e o Português europeu não evoluíram de forma uniforme, havendo algumas diferenças na fonética e na ortografia, embora as diferenças entre as duas variantes não comprometam o entendimento mútuo.
Idiomas minoritários
Apesar do português ser a língua materna de 98% dos brasileiros, diversos outros idiomas minoritários são falados no dia-a-dia no vasto território brasileiro. Parte desses idiomas são línguas indígenas, faladas sobretudo na Região Norte do Brasil. As línguas mais faladas são do tronco Tupi-guarani. Ao todo, são faladas cerca de 180 línguas indígenas no Brasil, porém, muitos desses idiomas estão em sério risco de extinção.

Outras línguas faladas no Brasil são entre as poucas comunidades de descendentes de imigrantes que conseguiram preservar seus idiomas, principalmente no Sul do País. A maior parte dessas comunidades são falantes de dialetos alemães, predominando o Riograndenser Hunsrückisch, embora outros falares germânicos, como o pomerano, ainda sobrevivam em comunidades mais restritas.

O italiano e, principalmente, a língua vêneta (no caso a variante talian) ainda possue falantes concentrados nas serras gaúchas. O japonês tem falantes sobretudo nas colônias de São Paulo, principalmente na Liberdade.

No censo de 2000, aproximadamente dois milhões de brasileiros declararam ter como língua materna uma língua que não é a portuguesa. O alemão foi declarado como língua materna por 1,5 milhão de brasileiros; o italiano por 500 mil, o japonês por 400 mil e o coreano por 37 mil. Essas minorias lingüísticas são em sua maior parte bilíngües, ou seja, falam português juntamente com a língua de origem imigrante. Todavia, devido à rápida assimilação, o número de descendentes de imigrantes que ainda falam a língua dos antepassados está em declínio, principalmente entre as gerações mais novas, que normalmente aprendem primariamente a língua portuguesa.
Religião
Estátua do Cristo Redentor, Rio de JaneiroQuase 3 em cada 4 brasileiros, ou 74% da população, são católicos. Isso faz do Brasil a maior nação católica do mundo.
O número de protestantes tem crescido rapidamente, apresentando 15,4%, ou quase 1 em cada 6.
Cerca de 7% da população não professa nenhuma religião.
Seguidores do espiritismo compreendem 1,3%.
Seguidores de religiões de origem africana (como candomblé e umbanda) representam em torno de 0,3% da população.
A comunidade judaica brasileira tem 160 mil membros, e as religiões asiáticas (xintoísmo, budismo, Seicho-No-Ie etc) são seguidas por 300 mil pessoas. O Islamismo é seguido por 30 mil pessoas.

Meio Ambiente e Patrimonio Histórico
O Brasil é o país de maior biodiversidade do planeta. Foi o primeiro signatário da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), e é considerado megabiodiverso – país que reúne ao menos 70% das espécies vegetais e animais do planeta – pela Conservation International (CI).


Arara-canindéA biodiversidade pode ser qualificada pela diversidade em ecossistemas, em espécies biológicas, em endemismos e em patrimônio genético.

Devido a sua dimensão continental e à grande variação geomorfológica e climática, o Brasil abriga sete biomas, 49 ecorregiões, já classificadas, e incalculáveis ecossistemas. Os cinco maiores biomas são: Amazônia, Mata Atlântica, Pantanal, Pampas e Sertão.

A biota terrestre possui a flora mais rica do mundo, com até 56.000 espécies de plantas superiores já descritas; mais de 3.000 espécies de peixes de água doce; 517 espécies de anfíbios; 1.677 espécies de aves; e 518 espécies de mamíferos; pode ter até 10 milhões de insetos.

É preciso lembrar que abriga, também, a maior rede hidrográfica existente.

O Patrimônio histórico do Brasil é um dos mais velhos existentes na América, concentrados sobretudo no estado de Minas Gerais (Ouro Preto, Diamantina, São João del-Rei, Sabará, Congonhas, etc) e em outras zonas específicas, como nos centros históricos de Recife, São Luis, Salvador, Olinda, Santos, etc.

Também há diversidade em Sítios Arqueológicos, como o encontrado no Sul do Estado do Piauí: Serra da Capivara. Os problemas enfrentados pela maioria dos sítios arqueológicos brasileiros não afetam os mais de 600 sítios que estão no Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí. Localizado em uma área de 130 mil hectares o Parque Nacional da Serra da Capivara é um exemplo de conservação do patrimônio histórico e artístico nacional. Em 1991, foi consagrado patrimônio mundial pela Unesco.

A Serra da Capivara é uma das áreas mais protegidas do Brasil, pois está sob a guarda do Iphan, Ministério do Meio Ambiente (MMA), Fundahm e do Ibama local, que tem poder de polícia. Nesta mesma área se localiza o Museu do Homem Americano, onde se encontra o mais velho fóssil humano encontrado na América e o segundo mais velho do mundo.

A economia do Brasil é a maior da América Latina , com um PIB da ordem de 795 bilhões (milhares de milhões) de dólares (2005). O Brasil possui a 10ª maior economia do mundo (medida pelo seu PIB PPC), ou a 14ª maior (medida pelo seu PNB PPC), com um PNB de US$ 644,133 bilhões. [1]

A economia do país é bastante diversificada e abrange diversos tipos de atividade econômica e industrial, dentre as principais se encontram:

Indústria aeronáutica
Agricultura e Agroindústria
Indústria automotiva
Divisão Geoeconômica
Indústria de eletro-eletrônicos
Extrativismo
Indústria de transformação
Indústria têxtil
Mineração
Indústria petroquímica
Turismo
Serviços
Sistema Financeiro Brasileiro


Subdivisões e Geografia
As 27 Unidades da Federação.da federação são agrupadas, para fins estatísticos e, em alguns casos, de orientação da atuação federal, em cinco grandes regiões: Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul. Cada estado, bem como o Distrito Federal, tem seus próprios órgãos executivos (na figura do governador), legislativos (Assembléia Legislativa unicameral) e judiciários (tribunais estaduais).

Apenas aos estados cabe subdividir-se em Municípios, que variam em número, entre 15 (Roraima) e 853 (Minas Gerais). As menores unidades autônomas da Federação dispõem apenas do poder Executivo, exercido pelo prefeito, e Legislativo, sediado na Câmara Municipal. Esta última é uma entidade com uma história secular na Península Ibérica e áreas por ela colonizadas
Abaixo, as unidades federais que compõem cada região e suas capitais:

Região Centro-Oeste
Goiás (GO), Goiânia
Mato Grosso (MT), Cuiabá
Distrito Federal (DF), Brasília
Mato Grosso do Sul (MS), Campo Grande
Região Nordeste
Alagoas (AL), Maceió
Ceará (CE), Fortaleza
Maranhão (MA), São Luís
Paraíba (PB), João Pessoa
Pernambuco (PE), Recife
Piauí (PI), Teresina
Rio Grande do Norte (RN), Natal
Bahia (BA), Salvador
Sergipe (SE), Aracaju
Região Norte
Acre (AC), Rio Branco
Amapá (AP), Macapá
Amazonas (AM), Manaus
Pará (PA), Belém
Rondônia (RO), Porto Velho
Roraima (RR), Boa Vista
Tocantins (TO), Palmas
Região Sudeste
Espírito Santo (ES), Vitória
Minas Gerais (MG), Belo Horizonte
Rio de Janeiro (RJ), Rio de Janeiro
São Paulo (SP), São Paulo
Região Sul
Paraná (PR), Curitiba
Rio Grande do Sul (RS), Porto Alegre
Santa Catarina (SC), Florianópolis

Cidades mais populosas
Nota: em milhões de habitantes
São Paulo - 10,92
Rio de Janeiro - 6,09
Salvador - 2,67
Fortaleza - 2,41
Belo Horizonte - 2,37
Brasília - 2,33
Curitiba - 1,75
Manaus - 1,64
Recife - 1,50
Porto Alegre - 1,42
Belém - 1,40
Guarulhos - 1,25
Goiânia - 1,20
Campinas - 1,04
São Luís - 0,97

Maiores aglomerações urbanas em milhões de habitantes
Região Metropolitana de São Paulo - São Paulo - 20,5
Região Metropolitana do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - 11,6
Região Metropolitana de Belo Horizonte - Minas Gerais - 5,1
Região Metropolitana do Recife - Pernambuco - 4,2
Região Metropolitana de Porto Alegre - Rio Grande do Sul - 3,9
Região Metropolitana de Salvador - Bahia - 3,37
Região Metropolitana de Fortaleza - Ceará - 3,35
Região Metropolitana de Curitiba - Paraná - 3,1
Região Metropolitana de Campinas - São Paulo - 2,6
Região Metropolitana de Goiânia - Goiás - 2,0
geografia é diversificada, com paisagens semi-áridas, montanhosas, de planície tropical, subtropical, com climas variando do seco sertão nordestino ao chuvoso clima tropical equatorial, ao frio da região sul, com clima subtropical e geadas freqüentes.

Seu povo é o resultado da miscigenação de diferentes raças e culturas, com influências tanto dos ameríndios, moradores originais do continente, como dos europeus, e dos africanos que foram trazidos como escravos. Além destes, participam também os povos asiáticos, mas de influência mais limitada. A imigração foi incentivada pelo governo no final do século XIX, após a abolição da escravatura, para compor a mão-de-obra que iria trabalhar nas lavouras de café e nas nascentes indústrias. Houve forte fluxo de imigrantes para a região Sudeste (portugueses, italianos, espanhóis) e para a região Sul (alemães, poloneses, eslavos). Outros surtos imigratórios, causados por fatores externos, trouxeram judeus, japoneses e sul-americanos em geral.

Esta miscigenação é responsável, em parte, pelo fato do Brasil ser reconhecido como um dos países mais abertos e tolerantes às diferenças culturais. Pessoas das mais diferentes origens, raças e credos convivem lado a lado, sem tensões sociais, contribuindo para uma cultura rica e diversificada.
Clima
Em conseqüência de fatores variados, a diversidade climática do território brasileiro é muito grande. Dentre eles, destaca-se a fisionomia geográfica, a extensão territorial, o relevo e a dinâmica das massas de ar. Este último fator é de suma importância porque atua diretamente tanto na temperatura quanto na pluviosidade, provocando as diferenciações climáticas regionais. As massas de ar que interferem mais diretamente são a equatorial (continental e atlântica), a tropical (continental e atlântica) e a polar atlântica.

O Brasil apresenta o clima super-úmido com características diversas, tais como o super-úmido quente (equatorial), em trechos da região Norte; super-úmido mesotérmico (subtropical), na Região Sul do Brasil e sul de São Paulo, e super-úmido quente (tropical), numa estreita faixa litorânea de São Paulo ao Rio de Janeiro, Vitória, sul da Bahia até Salvador, sul de Sergipe e norte de Alagoas.

O clima úmido, também com várias características: clima úmido quente (equatorial), no Acre, Rondônia, Roraima, norte de Mato Grosso, leste do Amazonas, Pará, Amapá e pequeno trecho a oeste do Maranhão; clima úmido subquente (tropical), em São Paulo e sul do Mato Grosso do Sul, e o clima úmido quente (tropical), no Mato Grosso do Sul, sul de Goiás, sudoeste e uma estreita faixa do oeste de Minas Gerais, e uma faixa de Sergipe e do litoral de Alagoas à Paraíba.

O clima semi-úmido quente (tropical), corresponde à área sul do Mato Grosso do Sul, Goiás, sul do Maranhão, sudoeste do Piauí, Minas Gerais, uma faixa bem estreita a leste da Bahia, a oeste do Rio Grande do Norte e um trecho da Bahia meridional.

O clima semi-árido, com diversificação quanto à umidade, correspondendo a uma ampla área do clima tropical quente. Assim, tem-se o clima semi-árido brando, no nordeste do Maranhão, Piauí e parte sul da Bahia; o semi-árido mediano, no Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e interior da Bahia; o semi-árido forte, ao norte da Bahia e interior da Paraíba, e o semi-árido muito forte, em pequenas porções do interior da Paraíba, de Pernambuco e norte da Bahia.
O Brasil possui terrenos geológicos muito antigos e bastante diversificados, dada sua extensa área territorial. Não existem, entretanto, cadeias orogênicas modernas, datadas do Mesozóico, como os Andes, os Alpes e o Himalaia. Eis a razão pela qual a modéstia de altitudes é uma das características principais da geomorfologia brasileira. Raros são os pontos em que o relevo ultrapassa dois mil metros de altitude, sendo que as maiores altitudes isoladas encontram-se na fronteira norte do país, enquanto as maiores médias regionais estão na Região Sudeste, notadamente nas fronteiras de Minas Gerais e Rio de Janeiro. As rochas mais antigas integram áreas de escudo cristalino, representadas pelos crátons: Amazônico, Guianas, São Francisco, Luís Alves/Rio de La Plata, acompanhado por extensas faixas móveis proterozóicas. Da existência destes crátons advém outra característica geológica muito importante do território: sua estabilidade geológica.

São incomuns no Brasil os grandes abalos sísmicos ou terremotos. Também não existe atividade vulcânica expressiva. As partes mais acidentadas do relevo são resultantes de dobramentos ou arqueamentos antigos da crosta, datados do proterozóico (faixas móveis). As áreas de coberturas sedimentares estão representadas por três grandes bacias sedimentares: Bacia Amazônica, Bacia do Paraná e Bacia do Parnaíba, todas apresentando rochas de idade paleozóica.


Nova República e Política
Em 1985, concorrendo com o candidato situacionista Paulo Maluf, o oposicionista Tancredo Neves ganha uma eleição indireta no Colégio Eleitoral. É o fim da ditadura militar. O período pós-ditadura militar é conhecido como Nova República. Tancredo não chega a tomar posse, vindo a falecer vítima de infecção hospitalar contraída na ocasião de uma cirurgia. Seu vice-presidente, José Sarney assume a presidência da república. Sob seu governo promulga-se a Constituição de 1988, que institui um Estado Democrático de Direito e uma República presidencialista, confirmada em plebiscito em 21 de Abril de 1993.

Em 1989, o ex-governador do Estado de Alagoas Fernando Collor, praticamente desconhecido no resto do país, por força de uma campanha agressiva baseada na promessa de combate à corrupção (combate aos marajás), da construção de uma imagem de líder jovem e dinâmico, que vendia uma imagem de político de direita progressista (seu partido era o inexpressivo Partido da Juventude) e com apoio dos setores que temiam a vitória do candidato do PT, Luiz Inácio da Silva, é eleito presidente, nas primeiras eleições diretas para o cargo desde 1960. Entretanto, após dois anos, o próprio irmão do presidente, Pedro Collor de Mello, faz denúncias públicas de corrupção através de um sistema de favorecimento montado pelo tesoureiro da campanha eleitoral, PC Farias. Sem qualquer resistência do Executivo, o Congresso Nacional instaura uma CPI cujas conclusões levam ao pedido de afastamento do presidente (impeachment). Durante o processo, a Rede Globo de Televisão produz e transmite Anos rebeldes, de Gilberto Braga, uma série dramática ambientada nas manifestações de 1968, a qual serve de inspiração para o movimento dos cara-pintadas, manifestações de estudantes e intelectuais que, do alto de carros-de-som, clamavam por justiça e por um Brasil melhor. Collor de Mello renunciou antes de ter seu impedimento aprovado pelo Congresso, mas mesmo assim teve seus direitos políticos suspensos por dez anos, embora a lei em vigor na época previsse a suspensão do processo no caso de renúncia antes de sua conclusão. Collor mudou-se em seguida para Miami. A Justiça o absolveu de todos os processos movidos contra ele por sua gestão. PC Farias evadiu-se do país durante alguns anos e, após enviuvar, retornou a Alagoas mas, em 1996, foi encontrado em seu quarto de dormir, morto por ferimento de arma de fogo.

Collor de Mello foi sucedido na presidência pelo vice-presidente Itamar Franco em cuja administração é adotado o Plano Real, um plano econômico inédito no mundo executado pela equipe do então ministro da fazenda, Fernando Henrique Cardoso (FHC). Percebendo que a hiperinflação brasileira era um fenômeno emocional de separação da unidade monetária de troca da unidade monetária de contas, o plano concentrou todos os índices de reajuste de preços existentes em um único índice, a Unidade Real de Valor, ou URV, a qual posteriormente foi transformada em moeda corrente, o real, acabando assim com o maior problema econômico do Brasil: a inflação.

Com o sucesso do Plano Real, Cardoso, centro-esquerda, concorre e é eleito presidente em 1994, conseguindo a reeleição em 1998. No primeiro mandato de FHC é aprovada à emenda constitucional que permite à reeleição em cargos eletivos do Legislativo e Executivo. FHC também foi o responsável por privatizar grandes empresas estatais como a Telebrás e a Companhia Vale do Rio Doce.

Após os oito anos do governo considerado neoliberal pela porção maior da mídia e dos intelectuais de esquerda brasileiros, em 2002 elege-se presidente da República o ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva, do tradicionalmente esquerdista Partido dos Trabalhadores (PT). A ortodoxia econômica de Fernando Henrique continua sendo executado por este governo.

De acordo com a Constituição de 1988, o Brasil é uma República Federativa Presidencialista, de inspiração estadunidense quanto à forma do Estado. No entanto, o sistema legal brasileiro segue a tradição romano-germânica. Também o federalismo no Brasil é muito diferente do federalismo estadunidense. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente, que acumula as funções de chefe de Estado e chefe de Governo, eleito quadrienalmente. Concomitantemente às eleições presidenciais, vota-se para o Congresso Nacional, sede do Poder Legislativo, dividido em duas casas parlamentares: a Câmara dos Deputados, que têm mandato de quatro anos, e o Senado Federal, cujos membros possuem mandatos de oito anos e elegem-se em um terço e dois terços alternadamente a cada quatro anos.

Embora o peso de cada voto individual seja o mesmo no sufrágio para o Executivo, o mesmo não ocorre com o Legislativo. Por um lado, há três Senadores representando cada Unidade da Federação (atualmente 27). Por outro, a se considerar o modelo federativo clássico, a representação do povo pelos deputados deveria ser consoante à população de cada UF; seu número é, entretanto, limitado a no mínimo 8 e no máximo 70. De qualquer forma, adota-se o sistema majoritário para a eleição dos senadores e o proporcional para os deputados.

Finalmente, há o Poder Judiciário, cuja instância máxima é o Supremo Tribunal Federal, responsável por interpretar a Constituição Federal e composto de onze Ministros indicados pelo Presidente sob referendo do Senado, dentre indíviduos de renomado saber jurídico. A composição dos ministros do STF não é completamente renovada a cada mandato presidencial: o presidente somente indica um novo ministro quando um deles se aposenta ou vem a falecer.
Após a separação de Portugal, ou seja, fim do Brasil Colônia(1500-1822), datado oficialmente em 7 de setembro de 1822, o Brasil se torna uma monarquia constitucional, Brasil Império(1822-1889), mantendo a base de sua economia na agricultura com mão-de-obra escrava. Com o fim do tráfico negreiro por Dom Pedro II, a liberação de capital permitiu uma maior diversificação da economia brasileira. Então, Dom Pedro II se dedicou a pôr um fim à escravidão, com o que fazendeiros e políticos de todo o país discordavam. Além de desumana, a mão-de-obra escrava é pouco eficiente e gradualmente substituída por Dom Pedro II por braços vindos com a imigração portuguesa, alemã, italiana e espanhola.

O surto de modernização continua com o fim da escravidão (1888), mas Dom Pedro II paga um alto preço por isso e um golpe de estado o tira do poder e acaba com a Monarquia, no ano seguinte. O que se vê a partir de 1889 e da derrubada de Dom Pedro II é um retrocesso na maneira com que os negros são tratados pelo governo, e a um primeiro momento se estabelece um regime, em essência, racialmente preconceituoso
A República que então se instaura em 15 de novembro de 1889, foi proclamada provisoriamente, com a promessa de um plebiscito dentro de um ano para escolher entre República ou Monarquia, o que só ocorreu em 1993 devido a determinação da Constituição Federal vigente (1988). Dominada por oligarquias estaduais que se sustentavam através de eleições que necesseriamente se alternavam no cargos de maior poder os paulistas e mineiros, por isso a República Velha(1889-1930) tem como suas maiores marcas a política do café-com-leite, que começa em 1894, e as mudanças no federalismo no Brasil – o federalismo brasileiro até hoje se apresenta uma versão muito diferente do federalismo estadunidense, em que é baseado.

Em 1930, Getúlio Vargas comanda uma Revolução que o coloca no poder, acabando com a República Velha. Em 1934, sob pressão, promulga uma Constituição democrática. Porém, em 1937 alegando uma conspiração comunista para a tomada do poder, conhecida como Plano Cohen, Vargas outorga uma nova Constituição, fechando o Congresso Nacional, restringindo liberdades individuais, instaurando uma ditadura de inspirações fascistas que durou até até 1945. Este período ditadorial da Era Vargas (1930-1945) é chamado Estado Novo.

Após a derrubada da ditadura getulista e a promulgação de uma nova Constituição Federal (1946)até o Golpe Militar de 1964, o país vive a fase mais democrática que já experimentara- Populismo(1946-1964)- embora abalada por fatos como o suicídio do presidente Getúlio Vargas em 1954. Vargas havia assumido em 1951 após ter vencido eleição direta presidente .

Em janeiro de 1956, tomou posse o novo presidente Juscelino Kubitschek, ex-governador de Minas Gerais, que inicia um período de intensa industrialização do país e a construção da nova capital federal, Brasília.

Em 1961 assume a presidência da república o udenista Jânio Quadros, tendo como vice-presidente o petebista João Goulart (havia eleições para presidente e para vice-presidente em duas chapas distintas).

Com a renúncia de Jânio Quadros em 25 de agosto de 1961 e após um período de instabilidade institucional e da campanha que ficou conhecida como "campanha da legalidade" patrocinada pelo cunhado de João Goulart, o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola,Jango assume a presidência( primeiro em um regime parlamentarista, depois a partir de 1963 em um regime presidencialista) e propõe um conjunto de reformas que ficaram conhecidas como as "reformas de base", que incluíam distribuição de renda, reforma agrária e outras medidas, consideradas, pela oposição, "comunizantes" . Iniciara-se um período de instabilidade política e atritos entre os diversos interesses da direita e da esquerda.

O golpe militar de 31 de Março de 1964 derruba Goulart, esfria as ambições pessoais e partidárias de ambos os lados e instaura um regime de exceção- ditadura militar (1964-1985)- que teve cinco presidentes que, embora civis no momento em que exerciam a magistratura, eram oficiais-generais da reserva (em ordem cronológica): Marechal Castelo Branco, e Generais Arthur da Costa e Silva, Emílio Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e João Baptista Figueiredo. Sob a influência ou coordenação de técnicos como Eugênio Gudin, Roberto Campos e Delfim Netto, o regime militar levou a cabo reformas econômicas, fiscais e estruturais, curiosamente adotando bandeiras semelhantes às de João Goulart, como a Reforma Agrária (cujo projeto, de Roberto Campos, foi combatido pela UDN) e a nacionalização das empresas de infraestrutura.

Inicialmente entusiasta do regime militar em conseqüência do progresso econômico, principalmente para à classe média, e também devido à manipulação através da censura da mídia e da propaganda oficial, a sociedade opôs-se posteriormente ao regime autoritário. Os exageros do sistema de policiamento político, epitomizados pela morte do jornalista Vladimir Herzog levaram o próprio presidente Geisel a adotar posição enérgica contra a "linha dura".

Nas eleições de 1976 a oposição teve expressiva votação, o que levou a uma " lenta, segura e gradual" abertura, com a volta de vários exilados políticos, o fim da censura prévia à imprensa, a anistia (dita "ampla, geral e irrestrita") e o movimento, na prática inútil, porém de grande significado simbólico, as Diretas-Já, que reuniu milhões de pessoas em comícios no ano de 1984. Comícios que foram levados ao ar, ao vivo, pelas emissoras de TV do país. Curiosamente, a maior emissora de TV do Brasil, a Rede Globo de Televisão, foi a única a ignorar completamente o movimento, sem fazer qualquer referência aos comícios em seus noticiários. Somente vindo a fazê-lo após o então presidente do Brasil, General João Figueiredo tratar publicamente do assunto.

Tuesday, September 26, 2006



HOJE O BRASIL É DOS BRASILEIROS?

Durante 10 anos o Brasil teve um dono. Ao fechar um contrato de exclusividade para a exploração do pau-brasil, em 1502, o cristão-novo Fernão de Noronha arrendou o país por três anos, à frente de um consórcio de judeus conversos. O acordo teriasido renovado em tês ocasiões. as obrigações do cartel eram: explorar o pau-brasil, defender a terra contra a cobiça de espanhóis e franceses, estabelecer uma feitoria, explorar 900 léguas (5,9 mil quilômetros) de litoral e pagar um quinto dos lucros à Coroa.

Em 1503, Noronha armou sua primeira expedição, descobriu a ilha que hoje tem seu nome e inicioua exploração do pau-de-tinta. Noronha, ou Loronha, agente dos judeus alemães Függer (monopolistas do cofre), era um ricoarmador nascido em Astúrias, na Espanha, que enviava frotas à Índia e possuia uma rede internacional de negócios, com sede em Londres. Durante uma década, foi o proprietário do Brasil.




Paus e Juros


O pau-brasil foi o primeiro monopólio estatal do Brasil: só a metrópole podia explorá-lo (ou terceirizar o empreendimento). Seria, também, o mais duraduoro dos cartéis: a exploração só foi aberta a iniciativa privada em 1872, quando as reservas já haviam escasseado brutalmente.

Exploração não é o termo: o quer houve foi uma devastação, com a derrubada de 70 milhões de árvores. Como que confirmando a vocação simbólica, o pau-brasil, em setembro de 1826, para o pagamento dos juros de primeiro empréstimo externo tomado pelo Brasil.

Ao deparar com o Tesouro Nacional desprovido de ouro, D. Pedro I enviou à Ingleterra 50 quintais (três toneladas) de toras de pau-brasil para leiloá-las em Londres. A esperança do inperador de saldar a dívida com o "pau-de-tinta" esbarrou numa inovação tecnológic:o advento da indústria de anilinas reduzira em muito o valor da árvore-símbolo do Brasil. Os juros foram pagos com atraso. Em dinheiro não em paus.

Que esta História nos faça refletir que precisamos nos redescobrir a cada dia de nosso viver e nos orgulharmos por sermos brasileiros............

Na terça-feira à tarde, foram os grandes emaranhados de "ervas compridas a que os mareantes dão o nome de rabo-de-asno." Surgiram flutuando ao lado das naus e sumiram no horizonte. Na quarta-feira pela manhã, o vôo dos fura-buchos, uma espécie de gaivota, rompeu o silêncio dos mares e dos céus, reafirmando a certeza de que a terra se encontrava próxima. Ao entardecer, silhuetados contra o fulgor do crepúsculo, delinearam-se os contornos arredondados de "um grande monte", cercado por terras planas, vestidas de um arvoredo denso e majestoso.

Era 22 de abril de 1500. Depois de 44 dias de viagem, a frota de Pedro Álvares Cabral vislumbrava terra - mais com alívio e prazer do que com surpresa ou espanto. Nos nove dias seguintes, nas enseadas generosas do sul da Bahia, os 13 navios da maior armada já enviada às Índias pela rota descoberta por Vasco da Gama permaneceriam reconhecendo a nova terra e seus habitantes.

O primeiro contato, amistoso como os demais, deu-se já no dia seguinte, quinta-feira, 23 de abril. O capitão Nicolau Coelho, veterano das Índias e companheiro de Gama, foi a terra, em um batel, e deparou com 18 homens "pardos, nus, com arcos e setas nas mãos". Coelho deu-lhes um gorro vermelho, uma carapuça de linho e um sombreiro preto. Em troca, recebeu um cocar de plumas e um colar de contas brancas. O Brasil, batizado Ilha de Vera Cruz, entrava, naquele instante, no curso da história.

O descobrimento oficial do país está registrado com minúcia. Poucas são as nações que possuem uma "certidão de nascimento" tão precisa e fluente quanto a carta que Pero Vaz de Caminha enviou ao rei de Portugal, dom Manuel, relatando o "achamento" da nova terra. Ainda assim, uma dúvida paira sobre o amplo desvio de rota que conduziu a armada de Cabral muito mais para oeste do que o necessário para chegar à Índia. Teria sido o descobrimento do Brasil um mero acaso?

É provável que a questão jamais venha a ser esclarecida. No entanto, a assinatura do Tratado de Tordesilhas que, seis anos antes, dera a Portugal a posse das terras que ficassem a 370 léguas (em torno de 2 mil quilômetros) a oeste de Cabo Verde, a naturalidade com que a terra foi avistada, o conhecimento preciso das correntes e das rotas, as condições climáticas durante a viagem e a alta probabilidade de que o país já tivesse sido avistado anteriormente parecem ser a garantia de que o desembarque, naquela manhã de abril de 1500, foi mera formalidade: Cabral poderia estar apenas tomando posse de uma terra que os portugueses já conheciam, embora superficialmente. Uma terra pela qual ainda demorariam cerca de meio século para se interessarem de fato.


Os Tupiniquins

Ao longo dos dez dias que passou no Brasil, a armada de Cabral tomou contato com cerca de 500 nativos. Eram, se saberia depois, tupiniquins - uma das tribos do grupo tupi-guarani que, no início do século XVI, ocupava quase todo o litoral do Brasil. Os tupi-guaranis tinham chegado à região numa série de migrações de fundo religioso (em busca da "Terra Sem Males"), no começo da Era Cristã. Os tupiniquins viviam no sul da Bahia e nas cercanias de Santos e Betioga, em São Paulo. Eram uns 85 mil. Por volta de 1530, uniram-se aos portugueses na guerra contra os tupinambás-tamoios, aliados dos franceses. Foi uma aliança inútil: em 1570, já estavam praticamente extintos, massacrados por Mem de Sá, terceiro governador-geral do Brasil.