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Thursday, June 12, 2008

Correio Braziliense

Militares visitam o Correio
Equipe de imprensa do Comando Militar do Planalto visitou ontem as instalações do Correio. O grupo, integrado por militares e civis, conheceu o Centro de Documentação (Cedoc), o parque gráfico, as rádios Planalto e Clube FM, a editoria de artes e a redação, onde tiveram a oportunidade de conversar com os jornalistas para aprender sobre o processo de produção das reportagens. A visita ao jornal faz parte da Jornada Militar de Comunicação Social, um projeto do Exército criado para integrar as experiências nessa área de conhecimento e qualificar profissionais do Comando Militar do Planalto. “Participamos primeiro de um ciclo de palestras sobre assessoria de imprensa e agora começam as visitas”, explica o tenente-coronel Walber, chefe de Comunicação Social do Comando Militar do Planalto.
Correio Braziliense

AMAZÔNIA BRASILEIRA
Nobel da Paz apóia soberania
Rodrigo Craveiro
O sorriso não disfarçou um certo incômodo com o tema “Amazônia”. “Eu não quero falar sobre sua política interna”, afirmou, aos risos. Em visita a Brasília ontem, onde participou do I Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade, o cientista indiano Rajendra Pachauri — Prêmio Nobel da Paz em 2007 e chefe do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) — afirmou que a “floresta pertence ao Brasil, é um assunto de soberania nacional e, por isso, cabe a vocês decidir o que fazer com ela”. “O resto do mundo não pode vir ao Brasil e salvar suas florestas tropicais. Isso é uma questão de direito soberano do seu país”, alertou Pachauri. Ele também defendeu que investimentos estrangeiros na Amazônia respeitem a legislação brasileira. “A floresta amazônica é de extremo valor para o mundo, pois trata-se de uma fonte de seqüestro de carbono, e a comunidade internacional tem de encontrar meios de garantir a conservação desse bioma, sem desprezar a política nacional”, acrescentou. Questionado pelo Correio sobre a fórmula ideal para se alcançar o desenvolvimento sustentável, Pachauri defendeu um novo método de progresso, marcado pela redução no consumo de bens e serviços. “A sustentabilidade é exigida para as condições mais básicas de nossa existência, e as mudanças climáticas são apenas parte do problema”, reconheceu. “Ao lançarmos gases na atmosfera, danificamos muitos ecossistemas e provocamos o aquecimento global.” O Nobel da Paz sugere ao Brasil que meça seu desenvolvimento. “Se o Brasil apenas se preocupar com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), esconderá vários efeitos negativos produzidos na economia. Precisamos estabelecer novas medidas e indicadores por meio dos quais possamos avaliar o que é realmente o desenvolvimento”, aconselhou. O cientista indiano admitiu à reportagem que o mundo enfrenta escassez energética e altos preços de combustíveis. “Os países mais pobres do mundo dependem da importação de hidrocarbonetos e, por isso, não têm escolha e são atingidos de forma mais cruel”, comentou.
Correio Braziliense

ESTELIONATO
Golpes de R$ 2 milhões
Polícia Civil de Santa Maria prende quadrilha que falsificava até contracheques de militares para obter crédito no comércio
Lívia Nascimento
A Polícia Civil de Santa Maria desmontou na tarde da última terça-feira, 10, um esquema sofisticado de falsificação de documentos. A quadrilha de estelionatários era formada por pelo menos 15 pessoas e chegava ao requinte de falsificar contracheques de funcionário públicos. A qualidade das falsificações surpreendeu os investigadores da 33ª DP, responsável pelo caso. O grupo, que atuava há dois anos no Distrito Federal, é acusado de golpes de mais de R$ 2 milhões. O grupo começou a ser desarticulado após denúncia da Corregedoria da Polícia Militar sobre a possível utilização de contracheques falsificados da corporação. Sandra Ferreira, 32 anos, e Silvan de Melo, 31 anos, foram presos em flagrante quando tentavam comprar um carro na cidade utilizando documentos falsos, inclusive um contracheque da PM. Até o início da noite de ontem, outros cinco integrantes do esquema já estavam detidos. Com eles, foram encontrados centenas de documentos falsos — carteiras de identidade, de motorista, CPFs, cartões de crédito e contracheques de órgãos locais e federais —, além de eletrodomésticos e dinheiro falso. As falsificações eram utilizadas pelo grupo para obter financiamento na compra de carros, telefones celulares e outras mercadorias. O delegado-chefe da 33ª DP, João Carlos Lóssio, acredita que a quadrilha contava com a colaboração de funcionários de lojas e empresas de crédito, que facilitavam a realização dos golpes. Francisco Fernando, 27 anos, empregado da loja Ibis Cred, está entre os acusados. Ele facilitava a retirada de empréstimos, em troca de uma parte da quantia. A escolha das vítimas era feita por meio da internet. Os nomes eram investigados em sites de consultas de restrições financeiras como o Serasa. Quando aprovados, os estelionatários recorriam a falsificadores, que entregavam os novos documentos em até duas horas. O delegado-chefe ficou surpreso com o preparo e a organização do grupo. “Nunca vi um golpe tão bem feito assim. Os documentos são realmente muito convincentes. Eles tiveram a audácia de falsificar contracheques da Polícia Militar e do Ministério da Defesa. Vamos prosseguir com as investigações para prender todos os envolvidos”, disse. Acusações Também foram presos, Erinaldo Brandão da Conceição, 25 anos, Leonela Rodrigues dos Santos, 24 anos, Valdir Bispo Pereira, 25 anos, e Cleonici Soares, 45 anos. Eles responderão pelos crimes de formação de quadrilha, falsificação de documentos, estelionato e porte de dinheiro falsificado. Somadas as penas, os acusados poderão ser condenados a até 26 anos de reclusão. Valdir Pereira também responderá pelo crime de tráfico de drogas, depois que policiais civis apreenderam 300 gramas de cocaína em sua residência. As mulheres serão encaminhadas à Penitenciária Feminina do Distrito Federal e os homens à carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE), onde ficarão à disposição da Justiça.
Folha de São Paulo

GUERRA
Nasce em outubro comando dos EUA para África
O Pentágono informou ontem que começará a funcionar em outubro seu comando regional para a África, anunciado em 2007. Chamado de Africom, o sexto comando regional americano ficará sob as ordens do general William Kip Ward e terá como prioridade a luta contra o terrorismo islâmico no chifre da África, estratégico para a segurança das rotas petrolíferas. No entanto sua sede será em Stuttgart, Alemanha, o que foi visto como um sinal de que os EUA falharam em conseguir que algum governo africano abrigasse o QG do Africom.
Jornal do Brasil

COISAS DA POLÍTICA
A engenharia da demolição
Mauro Santayana
É bem verdade que o mundo tem sido destruído e construído ao mesmo tempo, desde sempre. As paisagens mudam, mudam-se as crenças, aposentam-se idéias para dar lugar a outras. Nada se constrói sem que haja prévia destruição, seja das edificações abandonadas ou perigosas, seja das áreas virgens, para que se transformem em cidades ou venham a ser amanhadas para a agricultura e o pastoreio. Construir é destruir.Quando se trata de substituir uma civilização, um modo coletivo de ser no mundo, a engenharia da demolição é mais difícil. A civilização industrial em que nos encontramos foi edificada em menos de 200 anos, em velocidade que ainda nos aturde. Desde o início da utilização intensiva da energia, na busca frenética do lucro e do poder, houve quem advertisse contra os perigos no horizonte. Os recados foram desprezados. Há ainda tempo para demolir o sistema e construir outro, alicerçado na razão. Mas se há tempo, talvez não haja mais razão.O presidente Bush declarou-se arrependido do tom de caubói de cinema com que andou ameaçando céus, terras e mares. Mas é improvável que se tenha dado conta de que a arrogância é arma dos fracos, e que a verdadeira bravura se apóia na serenidade da justiça. Salústio, o historiador romano, ao narrar a guerra contra Jugurta, reproduz o discurso de Caio Mário aos combatentes que conduziu na África. "Ninguém coloca um filho no mundo – disse o grande estadista plebeu – com a presunção de que ele venha a ser eterno, mas, sim, com a esperança de que venha a ser honrado". Não sabemos o que pensa disso o primeiro Bush, que talvez não tenha lido Salústio. Não se pode considerar honrada a postura do governo americano na guerra contra o Iraque e em outras guerras de sua história.O modelo de domínio que favoreceu os americanos, no curso de sua curta vida republicana, já se exauriu. Não se trata somente do modelo industrial, de que foi o grande beneficiário. Trata-se de nova realidade política, com o crescimento de alguns países, entre eles a China, o Brasil, a Rússia (que se recupera da traição de Gorbatchev) e a Índia. Ela coloca em xeque a aliança euro-americana, firmada com o Plano Marshall e consolidada durante os anos da guerra fria. Bush esteve na Europa, preparando a sua retirada da Casa Branca. Esteve com Frau Merkel, a sua mais firme aliada européia, e dela obteve mais soldados para o Afeganistão, e o apoio para que a Alemanha acolha novo comando militar americano no mundo, o Africom, que se encarregará do "combate ao terrorismo" no continente africano. Bush não encontrou, na África, país que concordasse com essa presença militar, a não ser a insignificante Libéria, o que é significativo. A Alemanha enfrenta outros problemas internos, além da oposição ao americanismo da premiê. Conforme o entendimento assumido pela coalizão entre a CDU e o SPD, a Alemanha renunciaria ao uso da energia nuclear, demolindo suas usinas nos próximos 13 anos. Frau Merkel volta atrás do compromisso, sob o argumento de que o desenvolvimento do país será prejudicado se outras centrais não forem construídas. Mesmo com o adiamento da decisão, a divergência enfraquece a posição da governante alemã.Em outra frente política, o primeiro-ministro do Iraque, que procura encontrar a legitimidade em cautelosos atos de afirmação, visitou Teerã e declarou que o seu país não servirá de base a uma agressão ao vizinho. Como se sabe, as tropas estrangeiras deveriam deixar o Iraque no dia 31 de dezembro – 20 dias antes da saída de Bush – quando termina o mandato da ONU. Washington busca a aprovação de novo acordo com o Iraque, o Status Of Forces Agreement (Sofa ), para manter as tropas além desse prazo. E nas últimas horas, o primeiro-ministro do Paquistão denunciou os Estados Unidos pelo ataque aéreo na fronteira com o Afeganistão, que matou 11 de seus soldados, e prometeu fazer respeitar a soberania do país.As demolições devem ser administradas com prudência, a fim de que os desabamentos não causem tragédias. É nessa tarefa histórica grandiosa que se encontra a oportunidade dos novos atores na política internacional, entre eles os dirigentes americanos que assumirão o poder em janeiro. Deles será exigida a necessária inteligência para, ao meditar a repulsa do mundo, demolir seu império e aceitar a igualdade entre as nações.
Jornal do Brasil

Senador do PT propõe aumentar royalties
Sem alarde, o senador João Pedro Gonçalves da Costa (PT-AM) enviou ao Senado, na semana passada, projeto de lei para alterar o marco regulatório do setor de petróleo e gás natural do país, onde estipula em 25% os royalties sobre a produção na camada pré-sal da costa brasileira. Para as demais áreas, os royalties seriam mantidos em 10%.Pelo projeto, que não altera a Lei do Petróleo (9.478), de 6 de agosto de 1997, ou seja, não dependeria de mudança constitucional, 15% do arrecadado em royalties com a camada pré-sal seria destinado às Forças Armadas para proteção da exploração na área.O senador propõe uma terceira categoria na legislação vigente, a lavra em alto mar, para fazer distribuição igualitária dos recursos entre todos os municípios brasileiros e não apenas os afetados pela produção petrolífera. Pela lei atual, consideram-se para a cobrança de royalties lavras em terra e em mar."O projeto visa garantir a distribuição igualitária das participações governamentais na exploração dos recursos naturais da plataforma continental brasileira entre todos os cidadãos brasileiros", afirmou o senador no projeto.Segundo o senador, a aplicação da lei atual destina 86% dos royalties para o Rio, responsável por quase 80% da produção de petróleo do país.

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